Eu assisti, foi Fantástico
Foi-se o tempo em que aquele clássico programa de domingo à noite trazia a Isadora Ribeiro emergindo das águas com cara de quem ia matar alguém. Hoje o tal programa não mostra mais imagens perdidas do Titanic ou ousadas matérias investigativas. Fantástico mesmo é agüentar até o fim.
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Ah, sim, eles até botam umas câmeras escondidas no morro para pegar a ação de traficantes. E como fazem matérias sobre traficantes... Todas iguais. Eu acho que os traficantes já estão na folha de pagamento do programa.
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A moça que apresenta é um doce de batata doce, linda, ótima presença e dicção. E só a colocam em “fria”. Poxa, entrevistar o Ronaldinho Gaúcho Gorducho, que está passando uma brisa ali no Rio Grande do Sul? O menino tinha acabado de sair da cama, cara inchada, preguiça de viver. Ela precisou fazer 183 perguntas pra tirar um “é”, dois “pode ser” e cinco “acho que sim”.
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E o moço que apresenta é daltônico, só pode. Ou então contratou o Steve Wonder como personal-figurinista.
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Tem um quadro com o assim chamado “Dr. Bactéria”, um cidadão que fica indo de lugar em lugar mostrando o mundo porco em que vivemos. Ele ensina coisas nada óbvias como armazenar alimentos em potes herméticos, não lanchar na rodoviária e jamais enxugar a mão em toalha de banheiro público. Mas, sério: não consigo prestar atenção. Tudo o que fico pensando é “a faxineira do ‘Dr. Bactéria’ deve ganhar 10 mil por mês, porque já imaginou pra agradar esse homem?”. A faxineira dele deve ser presidente da Unilever.
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E aqueles testes do Inmetro já estão ficando sem assunto. Depois que testaram vinte marcas de desinfetante e doze marcas de colchão, comecei a achar demais. Existem vinte marcas de desinfetante? Pra mim, tudo chama Pinho Sol e é fedido igual, pronto.
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Vira-e-mexe, os sujeitos lançam no ar um programa comprado da BBC. Ótimo, porque as imagens são lindas. Mas, vai, quem sobrevive acordado ao ver caramujos se torcendo em câmera lenta? Zzzzzz....
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Se o programa inventar mais uma novelinha interna, eu corto os pulsos. Todo ator bom, mas sem serviço na Globo vai fazer novelinha no Fantástico domingo à noite no papel de Lolô, Tavinho, Jurema, Rui, Arnalda... É como ser um legume e, em vez de virar salada, virar enfeite do buffet.
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A Escola Tino Marcos de Jornalismo Esportivo fez carreira, hein? Agora tem outro moço lá para dar resultados e comentar os gols com um texto todo malemolente, irreverente, um bocadinho irritante até. Saudades da Zebrinha “coluna do meio”.
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E as enquetes? “Você concorda que jovens que experimentam maconha devem ser metralhados em praça pública e depois incendiados e decapitados?”. E o resultado? “87% das ligações acham que sim”. Opa!
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Agora também tem um quadro “fantástico” em que pessoas “famosas” contam sua vida e obra em 15 segundos. Daqui a pouco vão convidar a Mulher Melancia. Mas ela só precisará de uns 6 segundos.
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Sou obrigada a dizer que, quando chamam os vídeos do “Bola Murcha” da semana, imagens caseiras de gente que faz barbaridades na pelada futebolística, rolo de rir. O que é bem estranho, porque isso não passa de uma Pegadinha. Tenho medo. Será que daqui a pouco eu vou estar votando na enquete sobre moleques maconheiros? E achando o Zeca Camargo um gato? Socorro, acho que depois de ter visto o Fantástico eu vou ter pesadelos com a Isadora Ribeiro querendo me matar.
Socorro, Dr. Bactéria, ela quer me pegar!
(li por ai)
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